terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dados estatísticos – Igarapés Manaus


Sistema de Saneamento


Sistemas de disposição de lixo – Manaus - 2000

Fonte: IBGE- Censo 2000

RESÍDUOS SÓLIDOS

Manaus tem a maior parte de seu lixo coletado direta ou indiretamente, mas um volume significativo é queimado ou lançado em terrenos baldios e corpos d’água, constituindo um dos principais problemas ambientais da cidade.
O sistema de limpeza urbana operado pela Prefeitura Municipal vem sendo ampliado e modernizado para aumentar a eficiência da coleta e da disposição final do lixo urbano e hospitalar. O aterro controlado para disposição final dos resíduos sólidos de Manaus é considerado de boa qualidade e o tratamento adequado tem contribuído para a melhoria do sistema de limpeza urbana.

Extensão de Rede Coletora de Esgotos – 2000



Fonte: Águas do Amazonas S/A, 2001.

BACIAS HIDROGRÁFICAS E IGARAPÉS

A área urbana de Manaus abrange quatro bacias hidrográficas, todas contribuintes da grande bacia do rio Negro. Duas bacias encontram-se integralmente dentro da cidade - do igarapé de São Raimundo e do igarapé do Educandos e duas parcialmente inseridas na malha urbana do igarapé do Tarumã-Açu e do rio Puraquequara.
O igarapé do Tarumã-Açu, que em seu trecho inferior corresponde ao limite ocidental da área urbana, apresenta diversos afluentes de sua margem esquerda nascendo na Reserva Duke e percorrendo as Zonas Norte e Oeste de Manaus. As condições são favoráveis à navegação também estão presentes no igarapé do Tarumã-Açu e no rio Puraquequara. Isto se deve à reduzida existência de desníveis ao longo de seus cursos.
O rio Puraquequara, afluente da margem esquerda do rio Amazonas, também apresenta parte de sua bacia localizada dentro de área ocupada e de áreas consideradas como de uso agrícola. Este curso d’água, que em seu trecho inferior corresponde ao limite oriental da Área Urbana, ainda mantém muitas de suas características naturais, mas já começa a sentir os efeitos da expansão da cidade sobre suas fronteiras orientais.
O rio Negro, que banha a orla sul da cidade, tem suas nascentes localizadas na depressão do Orenoco, percorrendo cerca de 1.550km até encontrar o Solimões, formando o rio Amazonas, na baía do “encontro das águas”.
ÁREAS CRÍTICAS

Segundo dados da CPRM e da Defesa Civil Municipal, as áreas críticas em Manaus estão situadas em vários pontos da cidade, correspondendo a:
Águas Poluídas – em quase todos os igarapés que cortam a área urbana, como os de São Raimundo, Mindú, Bindá, Franceses, Bolívia, Matrinxã, Tarumanzinho, Quarenta, Educandos, Mestre Chico, Manaus, Bittencourt e Franco.
Alagamento de áreas ocupadas por chuvas intensas – como as que ocorrem nos bairros do Japiim, Petrópolis, Compensa Aleixo, Parque 10 e Santa Etelvina.
Riscos de Desabamentos – estão presentes em inúmeros bairros, como no Centro,
Aparecida, Educandos, Petrópolis, Santa Luzia, Betânia, Aleixo, Parque 10, Santa Etelvina, Novo Israel, Colônia Terra Nova, N.S. Fátima, Cidade Nova, Canaranas, Multirão Amazonino Mendes, Mauazinho, São Lucas, João Paulo II, São José III, Coroado (I, II e III), Compensa, São Jorge, São Raimundo, Bairro da Paz, Redenção e, também, na CEASA e orla do rio Negro.
Inundações por Cheias Fluviais – ocorrem nas partes mais baixas da área urbana principalmente nos trechos localizados às margens dos cursos d’água, atingindo os bairros de Educandos, Glória, São Raimundo, Bariri, São Jorge, Morro da Liberdade, São Geraldo, Crespo, Raiz, Betânia, Vila da Prata, Santa Luzia, São Lázaro, Colônia Oliveira Machado, Matinha, Aparecida, Compensa, Pico das Águas, Mauazinho, Cachoeirinha, Centro, Presidente Vargas, Igarapé do Quarenta, Igarapé Mestre Chico, Igarapé de Manaus, Igarapé Bittencourt, Jardim dos Barés, Igarapé Veneza, Beira do Rio Negro.


IGARAPÉS
As grandes transformações sofridas por Manaus a partir da implantação da Zona Franca não foram acompanhadas por uma política de controle ambiental compatível com crescimento urbano. Ao longo desse processo, os cursos d’água que cortam a cidade transformaram-se em depósitos de esgotos e lixo, culminando no quadro que hoje se observa: valas poluídas e malcheirosas.
 Em suas margens habitam milhares de famílias e crianças brincam nas águas com altos teores de metais pesados. Muitos moradores se alimentam dos peixes que sobrevivem aos despejos dos esgotos e dos efluentes industriais. Com o objetivo de identificar a situação das bacias urbanas de drenagem, a Coordenação de Pesquisas em Geociências do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – CPGC/INPA vem desenvolvendo, nos últimos anos, diversos estudos que integram o projeto Avaliação dos Recursos Hídricos da Região Metropolitana de Manaus: uma contribuição para desenvolvimento sustentável.
 Estes estudos visam “caracterizar as águas de superfície e subterrâneas das bacias hidrográficas das áreas urbana e rural da cidade de Manaus, quanto aos aspectos físicos, químicos e biológicos e avaliar os efeitos da ocupação e uso do solo”. A equipe do CPGC/INPA realizou, entre 1997 e 2000, um minucioso levantamento e análise das micro bacias dos igarapés do Mindú e do Quarenta, além de parte da bacia do rio Puraquequara, cujos principais resultados são descritos a seguir. Durante os estudos foi observado que as nascentes dos igarapés ainda apresentam condições satisfatórias, próximas às de ambientes naturais, embora já se observem processos de ocupação em áreas próximas às suas cabeceiras.
Entretanto, nos trechos dos igarapés onde ocorrem ações antrópicas, as propriedades dos corpos d’água apresentam intensa alteração, chegando a atingir estado de total descaracterização, em virtude do pequeno porte e da pouca capacidade de autodepuração das cargas poluidoras. Isto se deve ao fato de que esses igarapés não são guarnecidos por matas ciliares, na maior parte de seus percursos, permitindo o carreamento de grande variedade de detritos para suas calhas, levados pelas águas pluviais.
 Em consequência, ocorre o assoreamento dos talvegues e, frequentemente, a alteração dos canais, além do represamento de águas altamente poluídas junto às margens, onde se instauram ambientes atóxicos que provocam a exalação de odores desagradáveis.   Esta é, aliás, uma situação que se observa em quase todos os igarapés que cruzam a cidade: o mau cheiro.
O rio Puraquequara foi estudado em seu trecho inferior, cuja bacia direita ainda permanece com uma ocupação rarefeita, com usos predominantemente agrícolas, mas onde já se verificam indícios de transformação de uso e aumento da ocupação do solo. Em que pesem as características ambientais naturais observadas, foram constatadas algumas alterações físicas e químicas no curso d’água, como turbidez e elevação dos valores de amônia, comparadas com as características dos demais igarapés da região.


Resíduos coletados no Rio Negro